
Tecnologias emergentes remodelam o setor bancário
Notícias do mercado - 10/10/2024 - 12:22
Quais tecnologias prometem personalizar ainda mais a experiência do cliente bancário, viabilizando serviços financeiros mais seguros e eficientes, abrindo novos horizontes para produtos e soluções bancárias? Estudo de Tecnologias Emergentes para o Setor Bancário da Febraban, realizado em colaboração com a Accenture, mostra que inteligência artificial generativa (IA gen), computação quântica, tecnologias criptográficas, cibersegurança e identidade digital prometem revolucionar o relacionamento com os consumidores nos níveis operacionais.
O maior destaque é para a IA gen, que deve fazer os bancos aumentarem entre 25% e 35% de produtividade, com destaque para as inovações Large Language, IA Multimodal e Knowledge Graphs.
O levantamento indica que Large Language Models está transformando a interação entre bancos e clientes, enquanto a IA Multimodal integra dados de texto, imagem, áudio e vídeo para uma compreensão mais completa do mercado e clientes. Ja Knowledge Graphs enriquecem a análise de dados financeiros, proporcionando insights profundos e acionáveis, sinalizando um futuro em que a IA é crucial para a inovação e eficiência no setor bancário, melhorando a experiência do cliente e a eficácia operacional dos bancos.

“Com a IA generativa, estamos extrapolando os limites da criatividade humana, transformando ideias em realidade com uma velocidade e precisão nunca antes vistas. Ela será um grande diferencial entre os bancos, gerando cada vez mais entregas de valor aos clientes”, afirma Rodrigo Dantas, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban.
De acordo com o estudo, os processos com uso de IA Generativa ligados ao relacionamento com clientes e à gestão de documentos/procedimentos são os de maior impacto para os bancos e incluem ações como otimização de ofertas em empréstimos, assistência a operações de contact centers, elaboração de documentos jurídicos e relatórios financeiros, criação e sumarização de conteúdos, e gestão do conhecimento empresarial. As áreas com maior potencial são a de TI, marketing, setor financeiro, serviço ao cliente, RH, vendas, jurídico, entre outras listadas.
Criptoativos
No capítulo DLT & Criptoativos, o estudo detectou três grandes trilhas de aplicação da tecnologia no setor bancário. A primeira coloca as instituições financeiras como protagonistas no mercado de criptomoedas e alternativas a empresas de menor confiança. Entretanto, alerta que é preciso investir no desenvolvimento de plataformas de negociação e custódia e aderência regulatória, compliance e contábil.
A segunda trilha é sobre o Drex, pagamentos instantâneos e/ou mecanismos mais eficientes de liquidação no atacado que demandaria que as moedas criptográficas soberanas emitidas por Bancos Centrais sejam integradas aos atuais sistemas bancários.
E, por último, a tokenização de ativos reais e financeiros para que o setor bancário se posicione na liderança do movimento de tokenização de ativos reais/físicos (como debêntures e imóveis). Isso viabilizaria operações fracionadas sobre esses ativos, e desenvolveria formas mais eficientes para transacioná-los.
Identidade digital
No capítulo Identidade digital e biometria, o estudo afirma que as novas tecnologias, o aumento da digitalização e a crescente demanda por experiências personalizadas estão pressionando os bancos por um maior controle sobre seus dados pessoais e acessos simplificados a serviços digitais. E afirma que a identidade digital se apresenta como a chave para atender essas demandas e desbloquear novas oportunidades.
E devido a sua posição única, os bancos têm a oportunidade de atuar como emissores e se beneficiarem da aceitação das credenciais digitais, já que são intermediários de diversas transações que requerem validação de identidade.
Segundo estudo, uma das tendências em identidade digital é a transição para uma economia Open Data, que pode gerar um retorno de até US$ 416 bilhões com a criação de produtos e serviços financeiros inovadores, com maior acesso, consentido, de dados dos clientes.
Entre os novos métodos de autenticação citados estão o de íris e retina, voz, comportamental, cardíaco e até de DNA.
Cibersegurança
O levantamento mostra, no capítulo de Cibersegurança, que novos métodos de proteção baseados em tecnologias emergentes e melhores práticas estão sendo evoluídos e adotados pelo mercado para contrapor as novas tentativas de ataques. Entre eles está o Zero-Trust Architecture: sob o princípio de “nunca confie, sempre verifique”, e requer que todos os usuários sejam autenticados, autorizados e continuamente validados.
Há a “Gestão Contínua de Exposição a Ameaças”, que monitora continuamente a superfície de ataque da organização à procura de vulnerabilidades, verificando suas defesas em busca de fragilidades.
“Também temos a tendência da constante utilização da inteligência artificial como ferramenta de segurança, na detecção de padrões incomuns de comportamento, na proteção de dispositivos individuais, nos sistemas ‘Autônomos de Resposta a Incidentes’ e no aprimoramento de tempos de resposta em situações de vulnerabilidades”, afirma Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia Bancária e Cibersegurança da Febraban.
De acordo com ela, os bancos brasileiros deverão investir este ano R$ 47,6 bilhões em tecnologia, sendo que deste montante, 10% são voltados para a cibersegurança, com objetivo de garantir operações seguras para seus clientes no dia a dia.
Também lembra que a Febraban inaugurou em setembro de 2020 o Laboratório de Segurança Cibernética para unir forças em ações de prevenção, identificação e combate ao crime digital entre os bancos associados. Até hoje já foram realizados 115 treinamentos e 50 simulações de ataques e defesa cibernética para os integrantes dos bancos associados. Também foram feitos mais de 50 relatórios de inteligência cibernética e guias de boas práticas para fornecedores de serviços do sistema financeiro.
Fonte: Febraban Tech